segunda-feira, 8 de janeiro de 2018



Estou na densidade
de um verbo solitário
no horizonte de uma língua
incompleta

desenho linhas sem gravidade
transgressões da linguagem
que me conduzem ao branco
palco da palavra onde te encontro

eclodes como um navio solar
por entre a aura de um aceno
como se os teus punhos
derramassem a líquida seiva
de um arbusto

e neste corpo balanço a água
de um mar antigo
adio o fogo
flutuando na superfície
de uma pele tranquila


   Rosa, Gisela Gracias Ramos. O Livro das Mãos. S/c.: Coisas de Ler, 2017, p 34.
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