sábado, 28 de março de 2015



fiquei sem asa
olho para o lado do lugar
que seria o da asa e não vejo
pena
porque seria a maneira
de me perguntar
se estaria interessada
em me procurar
e adiantar com as penas dos outros
uma própria asa


colo com cuspe umas simples penugens
enquanto o vento não sopra
e me traga de volta
mesmo soltas
as sobras da luta




   Paes, Inez Andrade. Da Eterna Vontade. Fafe: Editora Labirinto, 2015, p 32.
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