segunda-feira, 31 de agosto de 2015



noite. enquanto miles e coltrane
me invadem o quarto como se lhe
conhecessem o historial, penso em
ti. sopram flamenco sketches, esses
sopros a voz do ininterrupto que
aponta como tudo é anacrónico.
num conforto secreto e insosso
vou à janela e abro o quarto à
noite. pele morna salpicada de
sardas brilhantes a anos-luz.
é noite. e enfim percebo.




    Fraga, Amadeu Liberto. deriva e compósito. Lisboa: Glaciar, 2014, p 47.
.
.