quinta-feira, 13 de agosto de 2015



Ó centro do prazer puro, partiste
E levas o que fui, entre arvoredos,
Como um balão fugido entre os dedos
Qual lágrima excêntrica caíste?
Eu que era tão soberbo no que eu era
Pisando sobre nuvens o meu trote
E ali engalanado fui dichote
De mim mesmo enganado fui quimera.
Ando sem gosto, amargo, sem esperança...
E agora estou tão só, oh, ando triste.
Não sei o que 'inda em mim 'inda resiste
Neste catorze de Julho... Viva a França!
Está frio. Sinto os rins. Nada me anima.
Vai alto o meu balão. Baixa auto-estima.


 
  Jonas, Daniel. Nó. Porto: Assírio & Alvim, 2014, p 40.
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