sexta-feira, 15 de junho de 2018
seguras a memória por entre os dedos
para que nada se dissipe quando
demoradamente vens destapar-me a
boca-metáfora que diz todos os nomes
ardendo dentro contra a coisa extinta
o quintal dançando com o chão
levando em direcção aos frutos
enquanto já nada se levanta nem canta
depois um besouro misteriosamente
escondido no caderno onde
tropeço sobre o teu nome
retinindo na jugular
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Pedro, Mbate in "a gravata preta do corvo albino". Os crimes montanhosos. Maputo: Cavalo do Mar edições, 2018, p 63.
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