segunda-feira, 26 de junho de 2017


Oiço-te através de uma janela de mulher
recebo o fruto dos teus dedos dos teus olhos
do subtil grito da tua língua
transparece o azul
num país de um pássaro branco

És tu o teu sangue límpido
enevoado como um trémulo fruto
és tu no espírito de delicadeza
e a tua sede de rapariga e o teu nome
Como um pássaro de uma só nota pura
é o ar num verão de cinza
és uma estranha estrela estrangeira na minha vida
Ah! que fineza formal
de deslumbrada tristeza
ou de alegria ferida pelo fulgor de uma pedra


 Rosa, António Ramos e Gisela Gracias Ramos Rosa. Vasos Comunicantes. S/c.: Poética Edições, 2017, p 30.
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