" Farrapos "
Ó céu esmagador, tu que cresces cada dia,
Já vejo ecoar nas nuvens agoniadas
O fedor da anorexia!
E sangra ainda o esqueleto,
Destapando cada galho,
Cedendo a uma sem tecto o tapete vermelho.
E enquanto ando, levanta-se-me a saia,
Como se o solo exalasse suspiros de abandono
A cada meu passo, na carnificina do Outono.
Rupp, Ariana.
Emergente, Novos Poetas Lusófonos. Lisboa: Livros de Ontem, 2016, p. 37 (Coordenação de Samuel Pimenta).
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