quarta-feira, 30 de março de 2016
XIX
Que eu possa reduzir o monstro
A mim mesmo, e que possa então ser eu mesmo
Face ao monstro, ser mais que parte
Dele, mais que o monstruoso intérprete de
Um dos seus monstruosos alaúdes, não
Estar só, mas reduzir o monstro e ser,
Duas coisas, as duas juntas numa só,
E tocar acerca do monstro e de mim mesmo,
Ou melhor não de todo de mim mesmo,
Mas do que seja a sua inteligência,
Sendo o leão no alaúde
Diante do leão agrilhoado na pedra.
Stevens, Wallace. O Homem da Guitarra Azul & Outros Poemas. S/c.: Edições Guilhotina, 2015, p. 33 (tradução e apresentação de Luís Quintais).
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