sexta-feira, 17 de novembro de 2017



                          Edital


Ninguém 
espere o aviso
que vem
co'a madrugada:

O mensageiro
que era preciso
morreu na estrada
sem dizer nada.

Aprontem
o luto. O riso?
Foi ontem,
de madrugada.

Agora não é preciso
nenhum mensageiro
em nenhuma estrada.
Chorem. Mais nada.


  Jesus, Eduíno de. Os Silos do Silêncio, Poesia (1948 - 2004). Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 2005, p 334 (Prefácio de António Manuel Couto Viana; Posfácio de Onésimo Teotónio Almeida).
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