Entrevista publicada na "Revista Caliban" no dia 1 de março de 2017.
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.O Poeta e crítico Victor Oliveira Mateus esteve à conversa connosco. Com uma obra prolífica que se reparte entre a poesia e a crítica, a tradução e a edição de poesia, Victor Oliveira Mateus não gosta da luz dos holofotes.
Foste sempre uma figura discreta do panorama literário português, mas isso não condiz com a tua intensa actividade ligada à literatura. Além de poeta, és editor, tradutor e ensaísta. A luz incomoda-te?
Penso que a forma de pisar o palco, de estarmos perante o olhar de um outro que nos é estranho, exige dadas aptidões práticas e sociais que eu não possuo e que pouco me tenho esforçado por adquirir. Estas aptidões têm, nos dias de hoje, com todo o culto da mediatização e das aparências, uma extrema importância enquanto elementos facilitadores da perceção e da memorização. Estas competências vão desde a forma de olhar e de insinuar o corpo às preocupações com as diversas combinatórias na arte do vestir, do pentear, etc. Tudo isto é, nos dias de hoje, extremamente importante cultivar como estímulo aos juízos que sobre nós necessariamente irão ser formulados. Ora, eu não possuo estas capacidades e inquietações, daí que a luz que tu referiste me surja, muitas vezes, como elemento intimidatório: essa luz é o que me fixa, o que me julga, o que me invade, de certo modo tem a ver com a Lei do Pai de Lacan e a ela costumo eu contrapor um mecanismo defensivo assumidamente uterino: a casa, os pequenos grupos de amigos, etc. No entanto, penso que a luz que referes apresenta-se-me também como uma instância paradoxal, pois se ela é o que intimida, é igualmente o que fascina e atrai. A mediação entre os dois territórios é suscetível de ser feita através do hábito ou da habituação — exemplo: quando em 2015 me vi em Espanha em cima de um palco de um teatro cheio de escritores, a primeira resposta pensada foi a da fuga, porém, a habituação à situação acabou por me conduzir a uma normalização agradável. Estas características da minha personalidade correm geralmente o risco de serem mal interpretadas, de serem mesmo tidas como comportamentos ostentosos ou até de soberba, quando na realidade não é nada disso o que se passa.
Vens da filosofia para a literatura, isso parece ser um destino de uma boa parte dos nossos poetas contemporâneos. Como vives essa relação com a filosofia na poesia? Como achas que ela influencia (ou não) o teu trabalho?
Apesar de muitos de nós termos passado anos, ou décadas, a analisar e ensinar autores como Parménides e Lucrécio, não creio — hoje — ser possível fazer-se filosofia através da poesia, mas isso levar-nos-ia a uma grande discussão, todavia, é passível de ser encontrada toda uma linhagem de poetas cuja obra está eivada de questões de cariz antropológico, existencial, teológico e metafísico. É, como sabes, uma linha com a qual me identifico: uma poesia que sem descurar o ritmo, a musicalidade e os aspetos estilísticos inerentes à estrutura poemática abre para as grandes questões de tipo especulativo. Portanto, e respondendo à tua questão, penso que me insiro exatamente nessa zona, o que não quer dizer que não reconheça imensa qualidade noutras formas de fazer poesia, bem como em alguns dos seus cultores. Se talvez possuo uma certa coerência de estilo e de preocupações, isso não abrange o meu modo de gostar e valorar o trabalho alheio. Para quem vem da filosofia não é difícil essa operação de abstração através da qual, por uma cisão no seio eu, o que nele é em-si se distancia de um eu-outro que observa e vivencia o diferente, isto é, não é difícil uma clivagem que torne possível uma dada instalação em paradigmas teórico-estilísticos distintos e de olhar e valorar através deles. Jamais me senti enfeudado em algum tipo de fanatismo de gosto ou em algum dogmatismo de crenças. O que eu vejo e o que eu faço não passam de uma parte da verdade e do possível, sendo estes bem mais extensos, intensos e abrangentes do que aquilo de que as minhas limitações são capazes. Creio que, pelo menos nestes tópicos, a filosofia tem influenciado o meu trabalho, sobretudo como antologista e coordenador de publicações.
Gostava que falasses dessa parte do teu trabalho (a meu ver notável) de coordenador de uma coleccção numa Editora pequena, com um publicação para dar a conhecer autores menos divulgados, mas combinando com outros já conhecidos. Refiro-me aos vários números da “contramaré”, mas também me refiro a essa nova Revista que está a nascer e que coordenas. É um labor que exige muita paciência. Que balanço fazes?
O projeto da coleção “contramaré” despontou durante uma conversa que tive com o editor da “Labirinto”, Dr. João Pinto, e ao qual associámos de imediato o Daniel Gonçalves. O primeiro problema que se me colocou foi o de como fazer sobreviver uma coleção coordenada por alguém, que, como expliquei anteriormente, é falho na arte do panegírico e expedito na da reclusão. Isso assustou-me! Estive sempre habituado a publicitar e a escrever sobre outros, mas agora tratava-se de falar do meu trabalho. Tivemos, contudo, a sorte de ter tido, de imediato, um forte apoio de vários autores no Facebook, que se encarregavam dessa mediatização. De qualquer modo, continuo a pensar que é uma coleção ainda injustiçada: os livros do Rui Almeida, do Amadeu Baptista, do Letria, da Cecília Barreira, e só para falar dos autores mais conhecidos, são excelentes livros de poesia, a poesia do Rui Rocha — autor sobre quem escreveu Yvette Centeno, José Carlos Seabra Pereira e eu próprio — não teve a receção merecida, aliás, o mesmo sucedendo com Maria José Quintela, autora de uma escrita de rara beleza e de uma qualidade e profundeza inexcedíveis. Mas talvez a sementeira exija mais tempo e esperas menos ansiosas, pois o livro da Cláudia Lucas Chéu conseguiu já infundir alguma expectativa sobre a coleção. É, de qualquer maneira, um trabalho que tem exigido muitas horas de esforço a mim e ao Daniel, que, por sua vez, tem tido um enorme bom gosto em tudo o que se relaciona com a paginação e o design dos livros. Como será fácil adivinhar a “lista de espera” é farta, mas terá de suportar as disponibilidades de ambos, embora possa avançar que faremos sair ainda este ano dois livros que me deixaram muito feliz depois de os ler: um do Adalberto Alves e outro, bilingue, de um poeta e académico espanhol. Esperemos que o olhar sobre a “contramaré” venha a corresponder à dimensão do esforço nela envolvido, bem como à qualidade de todos estes autores.
No que diz respeito à Revista que referes, ela surge na sequência de umas Antologias de poesia que a Editora Labirinto todos os anos publicava por altura do Dia Mundial da Poesia- A certa altura percebemos (o João Artur, eu e o Daniel) que a permanência e a periodicidade dessas Antologias justificava uma publicação de outro tipo e assim surgiu a “Cintilações: Revista de Poesia e Ensaio”, que terá este ano o seu segundo número. É importante referir o que estas Antologias — e agora a Revista — devem a todos os poetas e ensaístas que nos cederam os seus textos. Claro que nós podemos ter despendido imensas horas de trabalho, mas sem os textos dos colaboradores nada disto existiria — e isto deve ser dito! Para além dos autores que colaboraram, quero louvar todos quantos vieram fazer a apresentação destas obras, alguns dos quais vindos de bem longe de Lisboa, estão nesse grupo: tu, a Cristina Carvalho, o António Carlos Cortez, o João de Mancelos e a Jessica Falconi. Por fim, resta-me concluir que com tanta gente boa ao meu lado, o balanço só poderia ser fracamente positivo.
E enquanto tradutor e divulgador de poesia estrangeira em Portugal?
A tradução de poesia é uma arte complexa e dificílima. Há nela um misto de torneio e de bruma. Tens à tua frente um verso e imediatamente se levanta um leque de possibilidades e escolhas, que, por sua vez, induzem o tradutor num ou noutro sentido, dependendo da opção seguida um escorreito e eficaz final ou um anódino e insosso corpo textual mais perto dos aberrantes monstros que no século XIV se pensava existirem para lá do equador: enxertias desavisadas, abortos amontoados a trouxe-mouxe por debaixo da mesa do artesão. No meu caso concreto, após uma opção, logo me levanto contra mim mesmo imaginando a relutância e as críticas que surgirão num espaço em que eu não me poderei defender. A esta luta, em solidão, de mim comigo mesmo, vem depois juntar-se o intimidante peso dos poetas que tenho de traduzir: só em 2016 traduzi poemas de Jaime Siles, Xavier Oquendo Troncoso, Antonio Colinas, Luis Fernando Chueca Field, Jeannette Clariond, Ana Maria Rodas, Carlos Aganzo, etc.,etc. Claro que depois os seus mails são sempre extremamente simpáticos e foram mesmo estes mails que me fizeram pensar em publicar um volume com todas estas traduções, volume esse que sairá ainda este ano, até porque num país fortemente marcado pelas correntes anglófilas parece-me importante que se conheçam outros tipos de trabalhos.
Como articulas todo esse trabalho com a produção de uma obra própria?
Falaste, no início da entrevista, na minha discrição, o problema comigo é bem mais complexo: eu não dou qualquer importância à construção de uma obra própria dotada de alguma homogeneidade e com maior ou menor coerência. Creio que foi a Josyane Savigneau — mas não estou certo — que escreveu que a Yourcenar ia ao ponto de “retocar” a sua correspondência com o objetivo de uma publicação futura. É uma opção! Quanto a mim, escrevo o que quero e quando quero e muitas vezes nem penso sequer em publicar. As discordâncias com os amigos que passam aqui por casa costumam ser enormes, mas eu não lhes dou ouvidos — um exemplo: tenho um livro que gostaria de entregar em setembro deste ano, entretanto, uma prestigiada Revista espanhola pediu-me um poema sobre Glória Fuertes. Eu, razoavelmente conhecedor do chamado movimento de 50, de Glória Fuertes nem o nome conhecia, pus de imediato o livro de parte e durante três semanas vivi uma experiência interessantíssima: eu via o bairro onde ela tinha nascido, a mãe algo arisca, os irmãos, a sua fome de afagos na infância, as primeiras incursões na escrita, etc. No final dessas três semanas, o poema veio até mim, achei-o bom e enviei-o. Depois de o enviar percebi que tinha um ensaio para escrever, estou a trabalhar nele. Não sei quando voltarei ao livro, que, todavia, já está todo na minha cabeça. É assim que me relaciono com a escrita, o que me parece ter pouco a ver com o conceito tradicional de deliberar e decidir os trâmites de uma obra, a maior parte das vezes metamorfoseada nessa fantasia de “obra a ficar”. Comigo as coisas não se passam dessa maneira: eu vim à vida, algumas coisas são postas no meu caminho, outras são-me recusadas, umas vezes estou atento e colho-as, outras sou desatento e pago o preço: não passo de um viajante, à boa maneira da imagem defendida pelos medievais e depois por Gabriel Marcel, seguramente que me reproduzirei (de um modo diferente do avançado pela Helen Fisher, claro!), escreverei umas páginas, amarei, serei amado e depois morrerei. Não sei o que é que isto tem de grandioso! Portanto, como é que eu articulo tudo isto? Não sei! Sou completamente incapaz de geometrizar o vivido. O vector decisório não sou eu, que há muito me apreendi como mero instrumento! A competição pelo centro nunca me tirou o sono.
O que achas da poesia actual? Enquanto editor, deves ter uma perspectiva mais justa do que se faz e da qualidade da mesma.
Não sei se se pode falar de uma perspetiva justa no que diz respeito à avaliação da qualidade de um dado fazer poético. O território da poesia não é o da explicação, da positividade, da universalidade. E isto prende-se com a resposta anterior: ser capaz de analisar e interpretar o diferente a partir dele não é defender a possibilidade de qualquer univocidade relativamente ao olhar que se debruça sobre a poesia. Dito de outro modo: “a perspectiva justa do que se faz e da (sua) qualidade” é, na minha opinião — e nestas coisas nunca saímos do domínio da Doxa!- é, dizia, sempre uma perspetiva contaminada pela subjetividade, embora isto não contradite o já dito. Assim, posso apenas indicar a minha receita, mas é tão-só a minha, provavelmente falível. Tenho, por conseguinte, alguns “mandamentos” que tento seguir, mas não sei se me vão conduzindo a essa perspetiva mais justa possível: evitar todo e qualquer efeito de halo e tentar proceder também a uma observação desmitificadora — exemplos desses mitos: se o poeta publica na Editora X ou na Y, se é novo e resplandecente ou se já passou os cinquenta, se a obra em causa foi caucionada pela opinião de A, se o nome se propaga televisivamente como qualquer marca de shampoo, se tem no seu palmarés o Prémio Literário Z, etc.,etc. Sou completamente imune a halos e mitos desse tipo! E não se pense que isto é pretensão, pelo contrário, é antes consciência da minha própria fragilidade: tenho de ser eu, mesmo titubeando, a percorrer o meu caminho e quando falho, levanto-me e reformulo — exemplo: durante décadas releguei Torga para um lugar secundário por não suportar as rimas, só tardiamente é que percebi que, não apenas essa variável não era excessiva, como ela era suplantada por outras bem mais importantes. Ou seja: até a nossa perspetiva justa está subordinada à mudança.
De qualquer modo, e não tentando fugir à resposta, há — para mim — poetas que considero bastante bons nos diversos tipos de poesia, mas há também outros igualmente bons que não são lidos, porque não sancionados pelo Princípio de Autoridade e isso é não só injusto, como a assunção de uma menoridade cultural que busca ancoragem em algo — ou alguém — em que se delega o poder de decidir. Pessoalmente, tenho muita dificuldade em entender este auto-espartilhar da autonomia, esta necessidade de obedecer à conformidade.
Esse espartilhar da poesia em Portugal não a mata? Não é o Tempo que deve julgar, mais do que a crítica?
O Tempo é um animal bifronte: julga e pune Alguns poetas — mais do que os romancistas — visam esse horizonte mirifico da eternização da sua obra, a agressividade de certos posts que por vezes leio no Face traduzem de forma nítida a frustração que resulta de um saber oculto dessa incapacidade. O Tempo não absolutiza nada, não eterniza coisa alguma! O Tempo pune: erosão, emaranhado de componentes, esquecimento. “A eternidade e o tempo são duas coisas diferentes” dizia Plotino na Terceira Enéada, na secção dedicada a esses dois temas e avançava: como é que eu posso inscrever o que dura para sempre no seio do que é sensível e perecível? Não posso!
Tudo passa, esbate-se, perde-se: Isabel I de Inglaterra era ou não um homem? Homero existiu mesmo? E Marlowe? Eu até consigo perceber as funções concedidas à crítica literária por alguns ensaístas e estou a lembrar-me de George Steiner, logo no início de “A humanidade das letras”. Funções demasiado normativas para o meu gosto, mas percebo-as! São juízos formulados no Tempo em torno de objetos sensíveis. Tentando ser mais claro: os juízos de valor sobre um livro de poesia, quer sejam emitidos pela crítica quer o sejam por essa entidade mais abstrata chamada Tempo são, na sua essência, iguais: ambos têm por finalidade o inscrever no absoluto, na ordem do eterno, algo cuja sina é desaparecer. Claro que a astrofísica confirma tudo isto, apenas nos dá mais uns milhões de anitos! Se a obra fica ou não, isso não tem importância alguma! Shakespeare ainda deve estar a rir-se por o Bloom o ter metido no centro do cânone e isto caso tenha sido ele a escrever aquelas peças todas, o que o Tempo também tornou pouco pacífico.
Aos poetas a Poesia em torno dessa “Coisa” (parafraseando a Martine Broda!) que vislumbram, aos sicofantas a zagaia em riste no mercado de coisa nenhuma!
E o que pensas quanto ao trabalho de divulgação da poesia? Consideras que há espaço para essa divulgação e para a sua publicação?
Relativamente à divulgação e publicação da poesia, julgo ter respondido — talvez obliquamente — numa resposta anterior. Reitero, portanto: é importante o estimular do espírito crítico daquele que tem por hábito comprar livros de poesia e incentivar a sua não subjugação ao critério da massa e da marca; já quanto ao trabalho de divulgação da poesia, e não só, na televisão, prefiro não me pronunciar (isso daria para uma longa conversa), além disso, sou do tempo do “Apostrophes”: sorvia avidamente todos aqueles programas, admirava a ligeireza de raciocínio do Bernard Pivot e nem sequer tinha oportunidade para verificar a sua telegenia, se tinha engordado ou minudências desse tipo. O que estou a tentar dizer é que a análise e exposição exaustivas e rigorosas de conteúdos e temas parecem-me terem vindo a ser substituídas, por um certo clima — pós-Debord — do espetacular, enquanto — e ao mesmo tempo — nos media em suporte de papel se trilham as sendas dos cadernos e da linhas contadas. A propósito do contar, talvez a Pítia tenha mesmo os dias contados e de Delfos em breve só restem as ruínas, aliás, no meu caso concreto — hoje — quando quero saber certas notícias sobre poesia recorro a dados sites e até mesmo — pasme-se! — a certos murais de redes sociais e só depois dessa primeira triagem compro as revistas ou os livros, refiro-me aqui a livros de poesia de autores portugueses, já que a aquisição de obras de poetas brasileiros, espanhóis e franceses é ainda bastante temerosa. De qualquer modo, embora aplicando agora o caso da divulgação à filosofia: neste preciso momento ando a seguir, via You Tube, um infindável ciclo de conferências e debates de filosofia contemporânea dos quais tiro até notas daquilo que é dito por autores como Isabel Thomas-Fogiel, Jean Luc Marion, etc, etc. Creio, portanto, que a divulgação da poesia (e da filosofia) conseguiu conciliar finalmente a vertente da democratização com a do rigor, embora — e como já referi — nas obras mais significativas para mim, eu não prescinda do suporte de papel, pois conservo esse apelo luxuriante desse objeto chamado livro, mas é depois, na questão de aquisição de livros estrangeiros, que o processo se torna francamente complexo.
*A entrevistadora não usa o A.O. e o entrevistado usa. Como a entrevista foi escrita, respeitamos a decisão.
O poeta Victor Oliveira Mateus é natural de Lisboa e licenciou-se em Filosofia pela Universidade Clássica desta cidade. Leccionou, durante três décadas, as disciplinas de Psicologia e de Filosofia. Tem oito livros de Poesia, e textos em Prosa, publicados. Organizou várias Antologias de Contos e de Poesia. Fez conferências em Escolas, Faculdades, Livrarias e outros Espaços Culturais. Integrou diversos Júris de Prémios Literários.
Foi-lhe concedido, pela União de Escritores Brasileiros do Rio de Janeiro, o Prémio Literário Eugénio de Andrade 2013. Tem colaborado com diversas Revistas Literárias e sites portugueses e brasileiros de Literatura. Foi membro da A.P.E ( Associação Portuguesa de Escritores) de 2008 até 2016. É membro do PEN Clube Português, a cuja direção pertenceu. Tem participado em diversos Festivais Literários em Portugal e no estrangeiro.