sábado, 20 de maio de 2017
"Entretenho-me a querer-te"
Ao entardecer
- depois dos versos -
entretenho-me a querer-te.
Vem a noite;
apago as luzes
e alumio o amor.
E do amor desse lume
irrompem as recordações...
É belo o outono para amar-te!
Encandeio os meus olhos
com uma fotografia tua
onde aconchego meus dedos.
Ponho água nos nardos
e um disco de silêncio.
Tal como um menino pobre
tal como um menino bom
sem brinquedos, sem ninguém,
sem merenda, sem beijos,
à luz da lua
pressentindo a tua imagem
ao entardecer só,
entretenho-me a querer-te.
Fuertes, Gloria. Mujer de verso en pecho. Madrid: Ediciones Cátedra, 2017, p 153 (Tradução de Victor Oliveira Mateus).
.
.
.